Elizabeth II, a Rainha convencida pelo Marketing

Monarca soube posicionar o seu reinado com um objetivo claro

Quase tudo o que conhecemos sobre a Rainha Elizabeth II foi produzido por sua majestade. Apesar da famigerada imprensa britânica ter a família real como cobertura constante, o mais próximo que chegamos da monarca mais longeva da história foi por meio de diversos documentos abertos pela história e por documentários gravados no próprio palácio de Buckingham.

Isso não quer dizer que Elizabeth II tenha sido a Rainha do Marketing. Pelo contrário. Em todos os registros vemos uma monarca sendo convencida pelo seu marido Philip, este, o grande marketeiro da família real. Sua majestade sempre teve como propósito perpetuar o que o seu pai deixou da forma mais reclusa possível, mas os tempos diferentes impunham muitos desafios, especialmente de opinião diante de uma revolução midiática. 

Não foram poucos os momentos em sua longa história à frente da coroa em que a monarquia foi questionada e, por isso, o Duque de Edimburgo esteve por trás de diversas iniciativas para se aproximar do povo. Foi dele a ideia do documentário e da tradicional mensagem de natal da Rainha.

Embora não fosse a mais adepta dos holofotes, Elizabeth II soube se adaptar a todas as revoluções dos meios de comunicação que presenciou de perto ao longo de seus 96 anos, 70 deles como rainha. Essa mesma mensagem começou sendo transmitida pelo rádio e logo ganhou o mundo pela televisão e mais recentemente até pela internet. 

Enquanto muitas empresas ainda não aproveitam a mídia social, a própria rainha fez videoconferências (as famosas lives) durante o auge da pandemia e suas gravações foram espalhadas pela rede mundial nas contas de todas as plataformas digitais. Sua majestade sempre marcou território em todas as plataformas de comunicação. 

Não à toa, é a líder mundial mais lembrada e respeitada na face da terra. Entre os pilares do Marketing, certamente a sua imagem – e de toda uma geração – foi a que enfrentou os maiores desafios. O trabalho de construção da imagem da Rainha, realizado de forma consistente e constante ao longo de sua história, teve seu ponto de maior teste na morte da princesa Diana.

Na época, todos esperavam um pronunciamento da realeza e, com o passar dos dias sem nenhuma aparição, a imagem da Rainha foi colocada em xeque pela primeira vez na história. Mas o trabalho feito até então foi tão bem feito que um único e curto pronunciamento em frente a janela do Palácio de Buckingham foi o suficiente para apaziguar os ânimos e levar a imagem da rainha aos altos índices de aprovação que sempre teve. 

A relação mais pública de Elizabeth II com marcas é sua bolsa icônica Launer London. Presente de sua mãe em 1950, o acessório sempre foi um exímio coadjuvante da Rainha até o seu jubileu de platina. Estima-se que a monarca tivesse mais de 200 delas. Para quem é mais atento às marcas, sempre vimos também sua majestade sempre a bordo de uma Land Rover, seja para caçar ou mesmo em um compromisso que fazia questão de dirigir mesmo tendo passados dos 90 anos.

Apesar de ser avessa aos holofotes e ter enfrentado vitoriosamente grandes desafios na área da comunicação, foi o seu posicionamento tradicional o seu maior legado. Tudo que Elizabeth II sempre quis foi manter o status quo. Ela trabalhou focada para manter a monarquia, sempre foi fiel às suas origens e, embora parecesse ser avessa a grandes inovações, sempre manteve atual. É um caso de sucesso. 

Por Paulo Paolucci
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